The best way as possible, 2014

A melhor maneira possível, 2014 [ the best way as possible], 2014
vídeo, 7′ 08″,
Local: Central Galeria de Arte, em São Paulo/SP, por ocasião da exposição “Esboço para uma Coreografia”, mostra coletiva com os artistas: Bárbara Wagner, Celina Portella, Elen Gruber, Jorge Soledar, Felippe Moraes, Marcelo Amorim, Maria Laet, Moisés Patricio e Pedro Marighella –  curadoria Olivia Ardui.

O vídeo é um recorte de sete minutos e oito segundos de uma ação realizada na Central Galeria de Arte, em São Paulo, onde eu deveria patinar por uma hora  –  tempo de uma aula de patinação –  repetindo o mesmo desenho no espaço, a fim de encontrar o melhor desempenho .  A ação é interrompida aos 48 minutos por uma queda inesperada.

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The video documents a performance referencing the origins of ice skating, when the sport consisted only in virtuous delineation of drawings on the ice. Here, I am supposed to skate for an hour – after numerous repetitions and striving for accuracy and perfection, the action is interrupted after 48 minutes by an unexpected fall.


“Gestos falam mais que mil palavras”, diz um velho ditado. Mas o que nos dizem os gestos e de que maneira eles articulam o seu significado? Quais são as múltiplas implicações que os gestos podem condensar? Que relações essas posturas ou movimentos de um corpo mantêm com certos contextos sociais e culturais? O que acontece quando esses gestos são repetidos, subvertidos ou deslocados de seus contextos de origem?

O projeto Esboço para uma coreografia parte de uma série de questionamentos acerca da noção de gesto, entendido como uma postura ou movimento significativo de um corpo individual ou coletivo. A exposição reúne artistas que incorporam, exploram, problematizam gestos e dinâmicas corporais, bem como as suas representações, propondo assim uma reflexão sobre a recorrência de certas atitudes corporais na construção de uma identidade individual e coletiva, assim como na consolidação dos seus modelos e aspirações. A mostra também considera o protagonismo da gestualidade nas relações interpessoais e o seu papel como fator tanto de integração e pertencimento, quanto de exclusão e segregação.

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Na busca frustrada de satisfazer um ideal quase heroico, Elen Gruber se confronta à realidade concreta do seu corpo e seus limites. Para o seu trabalho processual A melhor maneira possível, a artista realiza treinos para execução de figuras que datam das origens da patinação no gelo, momento em que o esporte consistia na delineação virtuosa de desenhos no gelo. Apesar das repetições e do esforço despendido, o vídeo e os desenhos coreográficos da artista não atingem esse ideal que ela persegue em inúmeros ensaios de exatidão e perfeição, sempre fadadas ao fracasso.”

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(Olivia Ardui)